terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sobre coisas que conversamos e as duas partes


Ei...Eu quero te pedir uma coisa.
Não brigue, por favor...
Eu não sou nada quando você briga,
E além disso,
Eu já brigo comigo mesmo pelo que penso
ou se me vejo diferente do que tenho aqui dentro.

E olha que eu não tenho nada,

só um vício chato e tarado

que não sei como se chama:

é como querer sua atenção só pra mim.
suas mensagens só para mim,
e que seu calor só tenha o único objetivo de me aquecer
E nada mais. Nada mais.
Isso não é puro.
Eu, por várias vezes, já tentei escrever sobre o sentimento puro
E nunca consegui.
Nunca é algo assim como você.
Eu não sei se é porque você é mais puro do que isso
Ou se eu é que sou algum tipo de pervertido
Pelo sentimento de pureza que talvez desejasse ter por você
E não consigo, por esses motivos que lhe digo.
É... 
Verdade...
Isso não é um motivo, 
quiçá motivos.
Eu não sei se o problema é o meu signo
Ou o seu, ou se somos incompatíveis...
Em signos...
Eu gostaria de não acreditar nisso.
Nesse negócio de horóscopo, astrologia,
Eu na verdade não entendo muito...
Eu devo estar sofrendo tanto pois o sol e Vênus estão em câncer
É muito pesado!
Eu não sei o que isso quer dizer, mas eu vi escrito em algum lugar e sei que você gosta, por isso eu quis falar...
Não me leve mal, acredite
É muito pesado
E eu não sei lidar com isso.
Deve ser o meu signo.
Não, não é isso. É que eu não suporto tua falta numa manhã de domingo
e é por isso que eu durmo até às cinco
Não suporto ficar quieto.
É isso!
O arquivo que tenho no computador para escrever coisas,
Poesias,
Canções,
Letras indecifráveis,
Martírios da psicologia doente que existe em mim,
Se chama What's up.
O que está havendo entre nós?
Será que somos sempre os mesmos?
Estamos sempre torcendo para nada de errado mudar?
Eu não sei.
Acho que agora somos mesmo errados e eu não tenho coragem de falar.
Eu na verdade não sei falar.
Não tenho nada o que falar
A não ser em uma tarde na praia
Sentado ao lado de uma bolsa térmica
Cheia de cervejas
E não importa a marca
A barata(antártica) tem me dado dor de cabeça,
É sim.
Não o tenho que falar a não ser o preço do papel higiênico,
Não tenho medo,
Tenho dó.
Quando abro a boca nessas tardes no recreio,
aí sim, desato a falar sem medo,
Tenho dó.
É só no outro dia que vou saber o contratempo.
Tenho sorte de ser tão parecido com os livros grossos
Que se esquece metade do texto quando acaba de -lo.
Na verdade sou eu que esqueço.
Sou eu que não lembro das narrativas dos livros, 
das peças,
dos filmes,
dos amores, 
dos anos,
de qual é a ordem dos livros na estante,
qual dos planetas vem primeiro,
a ordem dos signos que não começa em janeiro
mas temos um carneiro em março (disso eu sei).
Deve ser porque penso à frente,
No próximo amor sem me livrar do primeiro.
No próximo capítulo e quantas páginas faltam para acabar o livro,
No próximo tema que pode virar uma peça que eu nunca vou apresentar.
Não tenho mais esperanças de atuar, mas escrevo para isso.
Não tenho mais esperanças de mudar.
É melhor assim.
A minha esperança é de te ver
e ela ocupa um espaço significativo sobre isso
sobre esse buraco esverdeado que se chama esperança
que está para mim como um pântano:
algumas coisas afundam na areia movediça, 
outras permanecem;
sobre os malefícios que vão me causar no casamento,
sobre quanto tempo a roda gigante levará para fazer a volta,
se ficaremos parados lá em cima, 
se estaremos sozinhos,
se teremos mais sons de ponteiros ou de gemidos,
se seremos silenciosos ou espontâneos,
se brigaremos e quanto tempo ira levar para falarmos de novo;
Fingiríamos que nada aconteceu?
Os místicos tem muitos palpites sobre isso
mas eu não quero saber,
quero deixar acontecer com os segundos correntes
como correm as águas de Janeiro no Rio inteiro.
Não existem mais tantos rios e os poemas sempre são os mesmos,
Não há tempo que volte,
Há sempre o som de um ponteiro, sempre um medo,
Mas nada é corriqueiro.
A esperança é que você venha colorir o meu pântano,
mudar o meu mangue como é de costume no Rio de Janeiro
A esperança é que você faça o meu aterro.


          Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2016, 13hs29min.
          Sobre coisas que conversamos e as duas partes
                                      Alexx Abert

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Trovões


Já escuto os barulhos de trovão lá fora
Já escuto e sei que essa hora
Em que o sol vai embora
Meus olhos não funcionam direito
Nem com a luz acesa

Você nem sabe a tristeza de não tê-lo aqui


Já escuto os barulhos de trovão aqui dentro

Já escuto os barulhos de trovão e me vejo 
No espelho
Pronto a atrair um raio
Pronto e branco feito um paspalho...


É melhor eu cobrir com um lençol!


Me Cobri!



                       Alexx Albert