sábado, 12 de março de 2011

Coringas



Depois de Desmontar todas as Peças,de estar em Pedaços,
De que Todas as Palavras Foram Fracassos,
Depois De deixar Pelo Caminho Os Frangalhos 
Eu Segui Rumando,
Deixando os Destroços nas Sarjetas
Lágrimas Soltas de folhas Insatisfeitas
As cartas Largadas, Sozinhas, Largado e Sozinho... 
Você foi e sereno seguiu o meu caminho
Juntando Os Trapos, as folhas,Os Defeitos, Os Baralhos, os Bagaços
Você Botou Sentido nas peças, moldou as incertas, Você Sonhou com um Eu So Seu...
Fez a trinca de Áses, de Reis...Fez o Jogo por Completo e me Compreendeu
Aí Chegou a hora de você Saber,
Que você Completou o Meu Quebra-Cabeça,
Organizou os Naipes das Minhas Incertezas,
Fez Canastra Nas Minhas Redes Cheias de Peixes,
E Distribuiu as cartas Corretamente, As Minhas,
Mas esperto me prende naquelas que não Devolveste,
Você Possui Os Meus Coringas...


           Alexx Albert                                 .

Casa Amor de Mamãe

Entre duas casas havia uma outra: terceira
Meia-água, com pequenas flores coloridas
Maria-sem-vergonhas.Sem vergonha da alegria
Da Tristeza e agonia.

À espera da água do bebedouro
Onde um só pássaro havia de todos
Aquele que pudeste banhar as penas
E trovar todas as notas de emissão serena.

Mas não por qual se essa espécie
De doces asas e vôo leve
Se move ao canto do canteiro
Onde o pássaro pequeno
Deixa as gotas feito orvalho
Feito amor de natureza
Que sabe das necessidades das pequenas
Meras Indefesas.

Mas voltando a casa:
Onde há o bebedouro
Onde o pássaro fez vôo
Essa casa do terreno do meio
É a casa onde desde pequeno
Minha mãe diz que me Ama
E é onde, quando volto
O lugar Que sou Criança.


Alexx Albert                   .

quarta-feira, 9 de março de 2011

Drinks e Tortilhas


Nessa Madrugada de Cassinos e Cabarés
Prefiro ouvir Música Francesa
Sentar-me na Poltrona próxima à Lareira
Que se frio estiver, estará acesa
Desfiar meus cabelos e Deixá-los numa juba,
tomar água pura
Compor algo sobre lisura,
Ler um livro apoteótico, por lenha no fogo,
Se frio estiver,
Comer Fruta com Colher.
Lembrar nas fotos a regra de opostos
e chorar um pouco,
Ouvir Cauby Peixoto,
Sonhar exposto, acordado, devaneio avoado,
E sem motivo
totalizar todas as idéias num só asterisco
Pois na mente me passa um risco
E no meu pensamento Linguarraz
Ela não tem sentido significativo,
Tem Óptico
Pois Quando Patético os Olhos abro
Esse risco é um raio de sol
Que traz sono
Me leva Engodo
O Som acaba
O fogo é brasa
Me infecciono do breu.
Mas mente não para
E só quando acordar
Saberei eu
Se vou lembrar do sonho que me Acometeu.


Alexx Albert                .

Fumas



Eu Perguntei a Ela Se havia parado de fumar,
Ela disse não sei, mas eu andei vendo palhaços,
Eu Senti Pesares nos Bolsos,
Eu Consegui terminar alguns esboços
De cartas, de desenhos, de vislumbres de maços....
Eu andei pensando no Tudo ou nada,
No Sorriso, Na Vidraça, Nas Manchas Nela
Na Jubarte, Nos Segundos Imprestáveis
Nessa Vida Sem Vontades...
Eu andei pensando nos espaços
Pra onde essa gente Vai No "Finados"?
Aí Eu apaguei uma bituca de Cigarro...Pensei
-Pra onde eles vão depois de serem Palhaços???


Alexx Albert (2010)                                   .

À Prataria


As casas
As luzes apagadas
As portas fechadas, janelas abertas
As chaves dependuradas nos trincos
As moças dependuradas nas janelas
As luzes nas janelas
As moças nas janelas
Os Insetos nas luzes
O incomodo das moças 
Dos insetos nas janelas
De cortina aberta
Da cama às moscas
Da prataria à espera
De comida, de alegria
De luzes a brilhar na prataria
Refletida na cozinha
Nos armários entreabertos
Saudosos, com esperanças
De fazer-se o prato
A espiar no fundo do armário
Feito moça na janela
Que se cansa da paisagem
Apaga a luz, liga a lua
Muda o quarto, liga a luz
A lua ligada
Abre a janela
Abre a cortina
Olha sozinha
Um olhar à prataria
...


Alexx Albert              .