segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cegueira

Eu grito teu nome nas esquinas controversas.
O vento ecoa
E atinge feito flecha as partes dormentes do meu corpo.
Um soco no basso me abaixa pr'um outro espaço...

Eu tento ver na neblina
Alguma sombria sombra de tua silhueta.
O tempo atenta aos meus movimentos
E eu lembro do tempo em que eras minha...
As tuas palavras que na manhã me afligiam
Hoje me fazem falta nessa hora fria.

Eu não consigo acordar mais sozinho do que acordo agora.

Nada,
Nada substitui as tuas palavras mal ditas,
E se eu contar ninguém acredita,
Mas os teus defeitos foram feitos pra mim.
Os teus reclames, teus bocejos, os teus pretextos de "não-erros",
Eu quero eles de volta,
Nas manhãs frias e tortas que eu não consigo mais tragar.
A palavra certa eu não tentei dizer na hora certa
E a verdade comprimida nas minha células
São esfoliadas e renovadas às mesmas velhas.

A minha pele permanece encrostada desse sentimento que já nem mais me invade,
Permanece sempre na neblina da esquina
A saudade de todas as horas frias, matutinas,
A saudade de ter você na minha vida,
Novamente.

Continuo a procurar na escuridão,
As palavras erradas nas horas certas
E/ou vice-versa...Já não interessa.
Continuo tentando tentar ver você.
Eu acho que estou ficando cego
De tanto forçar as vistas e enxergar alguma coisa que não é mais...
A madrugada retrata a dor
E trata de limpar o vermelho amor que não mais sustento
E é esse o meu erro, não ter aceitado os defeitos
Que tanto reclamei e que agora sinto falta
Na cegueira da madrugada...

PS.:
O que foi um sonho vira pesadelo,
E se no seu pensamento está tudo certo
É porque os olhos já estão cegos
E o coração aberto sangra mais um litro,
De puro sangue de um amor sombrio.

                                                Alexx Albert

Um comentário:

  1. forte, intensa, gosto muito de poesias assim, almas desnudas, visceras descobertas...

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